Insetos de São Paulo:
Ephemeroptera
Michael D. Hubbard and Manuel L. Pescador
Laboratory of Aquatic Entomology
Center for Water Quality
Florida A&M University
Tallahassee, Florida 32307 USA
Número de espécies no mundo: 2000
Número de espécies no Brasil: 150
Número de espécies conhecidas no Estado de São Paulo: 8
Os estágios imaturos dos Ephemeroptera vivem em grande variedade de hábitats aquáticos, especialmente em córregos e lagos, mas também em rios profundos. Os adultos são alados e o caráter de uma vida adulta muito curta dá o nome à ordem. Os adultos têm dois (às vezes um) pares de asas membranosas mantidas juntas verticalmente quando em repouso. Tanto a ninfa como o adulto têm dois ou três filamentos abdominais caudais. É o único grupo de insetos que apresentam uma forma alada pré-adulta (a subimago) antes de mudarem para a imago.
(1) Weber (1801) descreveu a primeira espécie sul-americana, Ephemera atrostoma, há quase dois séculos atrás. Desde então o crescimento de nossos conhecimentos sobre a fauna de Ephemeroptera da região tem sido lento. Temos ainda uma compreensão deficiente da fauna da maior parte da América do Sul e o Brasil certamente não é uma exceção.
A maioria das espécies conhecidas do Brasil foram descritas por pesquisadores antigos, alguns dos quais, especialmente o Rev. Longinos Navás (Bastero Monserrat 1989, Hubbard 1991), não eram muito cuidadosos. Muitas das espécies foram descritas de apenas um estádio, às vezes de apenas um ou poucos espécimes, tornando a taxonomia confusa e a identificação difícil.
(2) Não há catálogos ou chaves para os Ephemeroptera do Brasil mas, como há certa sobreposição de fauna com a da Argentina, algumas chaves e listas preliminares para essa fauna podem ser úteis (Domínguez, Hubbard e Pescador 1994, Hubbard, Domínguez e Pescador 1992). Há também algumas publicações sobre a fauna da América do Sul em geral, Brasil inclusive (Domínguez, Hubbard e Peters 1992. Hubbard 1995; Hubbbard e Peters 1977, 1981; Pescador e Peters 1980,1990; Lugo-Ortiz e McCafferty 1995, 1996a, 1996b, 1997, 1998). Trabalhos gerais sobre a biologia dos Ephemerotera incluem os de Needham, Traver e Hsu (1935) e Edmunds, Jensen e Berner (1976).
(3) As ninfas passam toda sua vida como organismos aquáticos. Caracterizam-se por apresentar brânquias abdominais (exceto no gênero aberrante Murphyella do Chile) que variam muito em tamanho e forma.
(4-6) Das quase 150 espécies válidas de Ephemeroptera conhecidas do Brasil, pudemos localizar apenas 8 do Estado de São Paulo. Muitas destas espécies não são conhecidas de outras áreas, o que deve ser devido à pobreza do conhecimento da fauna sul-americana em geral. A fauna de São Paulo mostra poucas relações óbvias com outras faunas da região e uma discussão sobre padrões geográficos seria prematura antes da melhora nos conhecimentos.
(8-10) Não conhecemos pesquisadores que presentemente trabalhem em sistemática de Ephemeroptera no Estado de São Paulo e também não há coleções importantes no Estado. É óbvio que há necessidade urgente de coleções e estudo desses insetos na área. Levantamentos compreensivos, criação de ninfas e estudos sistemáticos são necessários antes que se chegue a uma compreensão da fauna.
(11) Lista das espécies de Ephemeroptera conhecidos do Estado de São Paulo. (Com sinônimos e localidades do Estado de São Paulo.)
Callibaetis sp. Demoulin, 1955
(Alto de Serra [Paranapiacaba])
Caenis cuniana Froehlich, 1969
Caenis sp. Demoulin, 1955
(Estação Biológica de Boracéia; Represa Guarapiranga; Cidade Universitária, São Paulo; Alto de Serra [Paranapiacaba])
Hexagenia (Pseudeatonica) albivitta (Walker, 1853)
- Baetis albivitta Walker, 1853
Palingenia continua Walker, 1860
Palingenia dorsigera [nomen nudum] Hagen, 1861
Hexagenia benedicta Navás, 1922
Hexagenia dominans Navás, 1936
Hexagenia continua (Walker, 1860)
Campylocia bocainensis Pereira & da Silva, 1990
(Parque Nacional da Serra da Bocaina, rio Mambucaba)
Askola froehlichi Peters, 1969
(Estação Biológica de Boracéia; Estação Biológica de Paranapiacaba)
Homothraulus sp. Demoulin, 1955
(Paranapiacaba [Alto de Serra])
Massartella brieni (Lestage, 1924)
Atalophlebia brieni Lestage, 1924
Atalophlebia axillata Navás 1934
Massartella fruhstorferri Ulmer, 1943
(E. B. Boracéia; Serra de Mantiqueira; Eldorado; Monte do Jaraguá; Paranapiacaba; Reserva D.A.E., W. São Paulo; 50 km SE São Paulo no Caminho do Mar)
Miroculis (Miroculis) froehlichi Savage & Peters, 1983
(Estação Biológica de Paranapiacaba)
Ulmeritus saopaulensis (Traver, 1946)
Atalophlebioides sao-paulense Traver, 1946
(Bauru)
Spaniophlebia trailiae Eaton, 1881
(12) Bibliografia
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